O texto abaixo foi elaborado pelo prof. Carlos Roberto Serrão Haddad
haddad.ibted@gmail.com
(Destaco neste texto a inclusão das terapias alternativas no tratamento)
O que é?
Doença óssea metabólica que resulta da carência de cálcio nos ossos.
Relacionada com os seguintes fatores de risco: a) Raça branca; b) Vida sedentária; c) Excesso de gordura; d) Pessoa magra e/ou frágil; e) Maratonistas; f) Sexo feminino; g) Baixa ingestão de cálcio e/ou vitamina D; h) Período perimenopausal ou pós-menopáusico (carência de estrógenos, típico da menopausa); i) Histórico familiar de osteoporose.
O que provoca a osteoporose?
Este mal costuma apenas ser relacionado com os fatores de riscos. Neste texto pretendo explicar como alguns desses fatores de risco, normalmente acusados de causa da osteoporose, podem ser sintomas ou grupos de risco, mas não sua causa.
Causas da osteoporose
• Circulação linfática extra-profunda prejudicada.
• Acidez no organismo.
• Falta de celulite e outras gorduras.
• Alimentação pobre em carnes.
1) Linfa no metabolismo dos ossos e cartilagens
No texto Fibromialgia 2 comentei sobre a importância da circulação da linfa extraprofunda na nutrição celular e eliminação de toxinas de ossos, ligamentos e cartilagens.
O organismo humano pode ter seus vasos obstruídos, sejam artérias, veias ou linfáticos. Bloqueios naquela circulação dificultam a nutrição e eliminação de toxinas do metabolismo celular dos ossos.
Como os movimentos físicos são os principais responsáveis pela circulação desta linfa, isto explica porque a osteoporose ocorre mais em alguns daqueles grupos. O grupo b) Vida sedentária, o c) Excesso de gordura (que tem dificuldade em fazer exercícios) e o d) Pessoa magra e/ou frágil (que se tivesse esse hábito não seria ou magro ou frágil).
2) Acidez no organismo
No texto Nutrição e Respiração como Medicamentos comentei que vários mecanismos promovem acidificação do sangue e que, para manter o pH em equilíbrio, além das funções renais e respiratórias, nosso organismo utiliza a tamponagem, que consiste em reagir ácidos com produtos alcalinos. Os principais produtos alcalinos são as proteínas (que contém cálcio e magnésio) e o cálcio que pode ser cedido pelos ossos.
Assim todo processo de acidificação, como os processos infecciosos, açúcares, vinagres e diabetes, podem promover a osteoporose.
Isto explica parte de dois fatores de risco: e) Maratonistas (regularmente produzem o ácido lático) e g) Baixa ingestão de cálcio (este mineral, além de entrar na composição dos ossos, também é utilizado na tamponagem: se estiver em falta, sobra ao organismo reduzir proteínas e suas reservas).
3) Falta de celulite e outras gorduras
Sobre os hormônios estrogênios
Os hormônios envolvidos com a menopausa são os hormônios estrogênios. Existem pelo menos 60 formas desse hormônio circulando no corpo de homens e mulheres, mas duas são mais importantes no organismo feminino quanto ao período menopausal: o estradiol e a estrona.
O estradiol é de longe o mais importante. É importante nas contrações da trompa de falópio, no preparo do útero para receber o óvulo e em vários outros mecanismos reprodutivos. Possui ainda cerca de 300 atividades desde a manutenção dos tecidos (pele, ossos e vasos sanguíneos), nas funções mnemônicas (memória e outras do cérebro) e em várias atividades metabólicas.
O estrona é uma versão atenuada de estradiol. Secretado pelas células de gordura e durante a gravidez, pela placenta, é o tipo que predomina na mulher após a menopausa. Ele tem sua importância mas não é tão poderoso quanto o estradiol a ponto de evitar o processo de envelhecimento. Por isso as mulheres ficam mais vulneráveis ao risco de desenvolver doenças cardiovasculares ou osteoporose após a menopausa.
A secreção do estradiol se dá por um conjunto de hormônios liberados pelo hipotálamo, pela glândula pituitária (hipófise) ou devido a hormônios produzidos por estimulo destes. Destacam-se o Hormônio Folículo Estimulante, ou FSH e o Hormônio Luteinizante ou LH.
Nas mulheres eles agem em fases alternadas: o FSH entra na primeira metade do ciclo, para induzir os ovários a produzir estradiol, cuja concentração aumenta quando o óvulo está maduro; isto avisa à hipófise de que o trabalho foi feito e está na hora de parar a produção de FSH e lançar a segunda gonadotrofina na circulação: o LH, que ajuda o óvulo a romper a casca folicular para cair numa das trompas. Quando os ovários reduzem suas atividades, algo após os 40 anos de idade, o índice de estradiol não aumenta de modo a avisar à hipófise que deve parar a produção de FSH e começar a de LH. A hipófise reage aumentando a produção de FSH e, ao mesmo tempo, lançando o LH. Este desequilíbrio hormonal promove aumento metabólico. A temperatura do corpo feminino mantém-se acima da média durante o período perimenopausal, chegando aos fogachos (sensação de calor comum na menopausa e responsável pelo título climatério).
Como já informamos acima, o estrona, uma versão atenuada de estradiol, é secretado pelas células de gordura e durante a gravidez, pela placenta, e é o tipo que predomina na mulher após a menopausa.
Isto explica dois fatores de risco da osteoporose: d) Pessoa magra e/ou frágil e e) Maratonistas por que em ambos os casos as reservas de gordura são poucas para a produção do estrona.
Isto explica ainda mais dois fatores: fatores de risco: f) Sexo feminino e h) Período perimenopausal ou pós-menopáusico porque apenas mulheres possuem este período.
Alimentação pobre em carnes
Devemos lembrar que nosso organismo contabiliza cerca de quase 50 tipos de colágenos, divididos em cinco famílias. Esta proteína animal é fundamental para a recuperação dos tecidos, formação de ossos e muitas outras funções, como ação na tamponagem, como já vimos.
Ora, existe uma família de colágeno (grupo 1) que não produzimos: os retiramos diretamente da carnes, especialmente as vermelhas. Nosso organismo sobrevive sem ela utilizando outros tipos, mas ao custo de envelhecimento precoce da pele (o que só costuma ser sentido após alguns anos de dieta sem carnes).
Além disto, quanto menos proteínas na circulação sanguínea, mais a tamponagem utilizará as reservas de cálcio.
Críticas a alguns fatores de riscos
a) Raça branca. Pessoas com a pele muito clara evitam se expor ao sol por motivos óbvios. Natural que, por isto e não pelo fato de terem pele branca, tenham maior índice de osteoporose.
i) Histórico familiar de osteoporose. Pessoas de pele branca, assim como seus antepassados, evitam a exposição ao sol. Que pesquisa levou isto em conta quando afirmou que a osteoporose tem causas genéticas na raça branca . Lembrem-se o genoma humano já foi todo mapeado e ninguém ainda achou este código genético!
b) Baixa ingestão de cálcio. Certamente é necessário que haja cálcio para que o organismo não precise utilizar suas reservas deste mineral. Contudo o excesso no consumo de cálcio tem promovido alta nos índices de hipertensão arterial, alergias, problemas intestinais e respiratórios e ainda outros, como alertam o Dr Carlos Eduardo Leite e inúmeros outros profissionais da Saúde e das Alternativas. Confira no texto Artrose com Osteoporose: Falta ou Excesso de Cálcio?
Alerta
Nos casos de osteoporose, dificilmente fazem questão de destacar a importância da quelação do cálcio. Assim alimentos como pó de ostra e leite, fontes de altos índices de cálcio bruto e de difícil quelação, são consumidos por portadores desse mal. Quase não aliviam os sintomas, mas deixam esses pacientes endurecidos. Pior: o excesso de cálcio calcifica artérias, reduzindo sua flexibilidade, o que promove hipertensão arterial. SIM! O aumento dos índices de hipertensão arterial senil pode ser associado ao aumento do consumo de leite por recomendação médica!
Protocolos domésticos
A) Terapia corporal
Sem dúvidas, os exercícios fisiológicos são o principal mecanismo na prevenção desse mal.
Registramos vários casos de estabilização no índice de cálcio nos ossos em pacientes que passaram a praticar exercícios leves, com tônica aos movimentos de circundução. O TAI CHI CHUAN e a dança circular, também chamada de dança senior, se destacam.
B) Alimentação
Alimentos acidificantes devem ser evitados e os alcalinizantes, preferidos. Como pêra, melancia, chuchu, fruta do conde, cloreto de magnésio e graviola.
Técnicas como o fletcherismo, que melhora a digestão e, conseqüentemente, a absorção de nutrientes, são recomendáveis. Chás podem complementar a alimentação alcalinizante.
C) Terapias alternativas.
Muitas terapias alternativas se voltam ao grupo na terceira idade. Priorizo as Maxmobilizações Manuais e a Terceira Drenagem.
A moxabustão também merece destaque: irradia infravermelho. Muitos idosos não possuem possibilidades de se expor ao sol, logo, especialmente estes, colhem bons resultados.
E) Redução das dores
Em caso de dores articulares, técnicas como a do Esparadrapo e o Reiki costumam surtir bons efeitos. Veja o texto Prática com Esparadrapo sobre o uso da Técnica do Esparadrapo em dores articulares.
Você viu estas pesquisas?
Quais são as causas da osteoporose em vez de quais são os fatores de risco?
Como o cálcio quelado e o não quelado se comportam no nosso organismo?
Como a tamponagem pode ser facilitada pela alimentação?
Como a tamponagem pode ser facilitada pela respiração?
Ela poderia:
Reduzir o tempo de vários tratamentos e consumo de remédios.
Diminuir os casos de osteoporose seguidos de hipertensão arterial.