Esta forma de meditação é uma das mais poderosas a nível de transformação do praticante, podendo ser usada pelo Massoterapeuta em quase todas as situações de pausa. É muito comum em nossa cultura acreditar que meditação é apenas o “não pensar”, mas como foi visto anteriormente, na verdade é muito mais uma questão de concentração. A meditação de que se faz com a mente em silêncio é um grande desafio, mas para aqueles que avançam nela é algo que proporciona um elevado grau de liberdade ao lidar com as emoções e as experiências do dia-a-dia.
Por que esvaziar a mente de pensamentos?
Mattier Ricard (Monge Francês) que pratica meditação em torno de 6 horas por dia há aproximadamente 30 anos, descreve a mente como uma criança mimada que quer toda hora uma coisa aqui, outra ali, leva o indivíduo de lugar para o outro sem pedir permissão. O que desejamos é nos libertar dos pensamentos destrutivos que põem em risco a nossa felicidade e a dos outros.
O Lama Sarya Das descreve muito bem em seu livro “O despertar do Buda interior” o seguinte ponto, “Nós não somos o que pensamos. Nós criamos nossos pensamentos e somos responsáveis por eles” “Na meditação, nós simplesmente observamos e nos tornamos conscientes dos pensamentos quando surgem”.
Então, o que poderemos encontrar ou perceber quando a mente está em silêncio?
Normalmente criamos identidades para tudo e definimos a nossa relação com elas. Exemplo: Este é fulano, que é médico, eu gosto dele ou eu não gosto, ele é alto etc. Estas definições são subjetivas, e são criadas pelo observador. Livrar-se da prisão do julgamento é uma forma de dominar as rédeas da própria mente para que se possa ter a oportunidade de modificar ou escolher a forma como se quer agir diante de algo do qual percebemos.
As duas formas que podemos usar para meditar com a mente em silêncio, são:
1º Focando a atenção em um ponto visível e ignorar qualquer percepção dos sentidos. Qualquer outra idéia que surja na mente pode ser considerada uma distração.
2º Praticamente inversa quanto à concentração, pois tudo que for sentido será observado. Com o corpo imóvel, tudo acontece, mas não desestabiliza o meditante.
Perceba que tudo que está ao redor e se apresenta, é interpretado e recriado em sua mente fazendo surgir imagens e sentimentos que só o observador percebe. Parece que todos vêem e sentem as mesmas coisas, mas não é assim. A vivência é uma experiência própria de cada observador.
Então podemos crer que a ilusão não é achar que as coisas não existem, mas sim, acreditar que elas só podem existir da forma como as percebemos.